Reportagem: Michele Rocha
Belém sediará a 1ª Bienal Internacional de Arte e Cultura Amazônica em 2025. Esse evento promete reunir artistas, curadores e especialistas do setor, tanto do cenário nacional quanto internacional, para celebrar a rica diversidade cultural da região.
Belém, a capital do Pará, é uma cidade rica em história e diversidade cultural, onde diferentes expressões artísticas se entrelaçam, refletindo a alma amazônica. Desde monumentos históricos até vibrantes manifestações contemporâneas, a cidade oferece um panorama único da arte brasileira.
Patrimônio Histórico e Arte Sacra
Um dos marcos mais emblemáticos de Belém é o Museu de Arte Sacra, instalado na Igreja de Santo Alexandre e no antigo Palácio Episcopal. Este museu abriga mais de 300 peças de arte religiosa, destacando-se pelo altar em estilo rococó e pelas representações da Via Sacra, que impressionam pela diversidade e riqueza de detalhes. A própria igreja, datada do século XVII, foi restaurada no século XX, após um período de abandono, e hoje serve também como sala de concertos, preservando a herança barroca da região.
Fortificações Históricas
O Forte do Castelo é outro ponto de destaque. Construído no século XVII, é considerado o marco inicial da cidade de Belém. Além de sua importância histórica na defesa da região, o forte oferece vistas panorâmicas da Baía do Guajará e abriga exposições que narram a trajetória da cidade desde os tempos coloniais.
Arte Contemporânea e Popular
A Casa das Onze Janelas, originalmente uma residência do século XVIII, foi transformada em um espaço cultural dedicado à arte contemporânea. O museu exibe obras de artistas locais e nacionais, promovendo um diálogo entre o passado histórico e as tendências artísticas atuais. Além disso, o Museu de Arte de Belém (MABE), localizado no Palácio Antônio Lemos, possui um acervo com mais de 1.500 obras, incluindo pinturas, esculturas e fotografias que retratam a evolução artística da região.
Arte de Rua e Expressões Urbanas
As ruas de Belém são adornadas por uma vibrante arte urbana. Murais e grafites coloridos enfeitam paredes e muros, refletindo temas sociais, culturais e ambientais. Essas expressões artísticas não apenas embelezam a cidade, mas também servem como meio de comunicação e resistência cultural. Recentemente, Belém inaugurou seu primeiro museu de grafite, protagonizado por mulheres, destacando a força e a criatividade das artistas locais.
A Perspectiva da Especialista
Para aprofundar nossa compreensão sobre a cena artística de Belém, conversamos com a Dra Marta Fadel Martins Lobão, filha do também advogado e colecionador de arte Sérgio Ronaldo Sahione Fadel
Como você avalia a diversidade artística presente em Belém?
“Belém é um verdadeiro caldeirão cultural. A coexistência de arte sacra, contemporânea, indígena e urbana cria um ambiente rico e estimulante. Essa diversidade reflete a história multifacetada da região e a interação entre diferentes culturas ao longo dos séculos.”
Qual é a importância da preservação desses espaços históricos e culturais?
“A preservação desses espaços é fundamental para manter viva a memória coletiva e promover a identidade cultural. Museus e monumentos históricos servem como pontes entre o passado e o presente, educando as novas gerações e valorizando as raízes culturais da região.”
Como você vê o papel da arte urbana na cidade?
“A arte urbana em Belém desempenha um papel crucial na democratização da cultura. Ela torna a arte acessível a todos, transforma espaços públicos e dá voz a questões sociais relevantes. Iniciativas como o museu de grafite protagonizado por mulheres são exemplos poderosos de empoderamento e inovação artística.”
Belém destaca-se como um polo cultural dinâmico, onde o passado e o presente convergem em uma celebração contínua da arte e da cultura. A cidade convida moradores e visitantes a explorarem seus tesouros artísticos, desde os intrincados altares barrocos até os vibrantes murais que enfeitam suas ruas, oferecendo uma experiência enriquecedora e inesquecível.
Fonte: Boost Imprensa