Reportagem: Thiago Burigato
As festas de fim de ano são momentos de celebração, mas podem se tornar um desafio para pessoas com alergias alimentares. Segundo a alergista imunologista Patrícia Rodrigues Ferreira Marques, que atende no Centro Órion de Especialidades, em Goiânia, alguns dos alimentos mais associados a reações alérgicas durante essas ocasiões incluem castanhas, frutos do mar, leite, ovos e até mesmo bebidas alcoólicas, que podem desencadear reações ao liberar histamina no organismo. Para quem vive com alergias, a atenção redobrada ao cardápio é fundamental.
“Se já existe um diagnóstico confirmado de alergia a determinadas substâncias, a melhor opção é evitar o contato com o alimento e garantir que não haja contaminação cruzada”, alerta a especialista. Essa contaminação pode ocorrer quando utensílios ou superfícies usadas para preparar alimentos alergênicos entram em contato com outros pratos, tornando-os inseguros para pessoas alérgicas.
Mesmo quem não tem um histórico de reações alérgicas deve tomar cuidado. Segundo Patrícia, existe o risco de desenvolver uma alergia a alimentos após uma primeira exposição. Para pacientes com diagnóstico estabelecido, a precaução deve ser ainda maior, evitando qualquer contato com os alérgenos.
As reações alérgicas podem variar de leves a graves. Entre os sintomas mais comuns estão coceiras, formigamento nos lábios, lesões na pele, e inchaço em pálpebras ou lábios. No entanto, em casos mais severos, a ingestão de alimentos alergênicos pode provocar vômitos, diarreia, perda de consciência e até mesmo edema de glote, que pode obstruir as vias respiratórias e colocar a vida em risco.
Por isso, identificar os primeiros sinais de uma reação alérgica é essencial. “O momento ideal de procurar auxílio médico é na primeira suspeita de sintoma, após a ingestão de qualquer alimento”, orienta Patrícia. Caso o paciente já tenha conhecimento da alergia e consuma o alimento acidentalmente, a recomendação é buscar atendimento médico imediatamente.
Importância da comunicação
Um gesto simples, mas essencial, é informar aos convidados sobre os ingredientes de cada prato servido. Para quem organiza as festas, é importante oferecer opções seguras, como pratos sem alérgenos comuns, e manter os utensílios separados durante o preparo.
Além disso, o uso de etiquetas nos pratos pode ser uma solução prática e eficaz para prevenir acidentes. Indicar se a receita contém castanhas, frutos do mar, ou outros alérgenos comuns permite que os convidados façam escolhas conscientes e reduz o risco de exposição acidental.
Para os pacientes alérgicos, manter a medicação prescrita por perto, como anti-histamínicos ou adrenalina auto injetável, pode ser um salva-vidas em emergências. Esse tipo de preparação pode ser decisivo enquanto o socorro médico não chega.
Mais do que um cuidado individual, a conscientização coletiva sobre alergias alimentares é uma forma de acolhimento. Pequenos ajustes no cardápio ou na forma de servir os pratos podem fazer a diferença para que todos aproveitem as festas com tranquilidade. Com um pouco de planejamento, é possível celebrar as festas de fim de ano de forma segura e inclusiva, permitindo que todos desfrutem do momento sem preocupações.
Fonte: Comunicação Sem Fronteiras