Reportagem: Renan Araujo
O Brasil assinou no início do mês sua adesão à iniciativa da Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono (CCUS), promovida pelo Clean Energy Ministerial, fórum criado para o desenvolvimento e promoção de políticas para o estímulo a uma economia global de energias limpas. O acordo assinado em Foz do Iguaçu, no Paraná, foi realizado em paralelo às reuniões do G20 sobre a transição energética.
Criado em 2018, esse é um dos principais fóruns globais para a promoção e desenvolvimento de políticas e investimentos em CCUS, buscando atrair indústrias, governos e financiadores da tecnologia. Ao todo, 15 países, entre eles Austrália, Canadá, China, Alemanha, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, estão presentes.
A CCS Brasil, associação que visa estimular as atividades ligadas à Captura e Armazenamento de Carbono no país, esteve presente no evento. Segundo a cofundadora e diretora da associação, Nathalia Weber, essa é uma oportunidade do Brasil buscar novas oportunidades de investimentos nacionais e estrangeiros para viabilizar projetos de captura e armazenamento de carbono. O grupo permitirá a colaboração nas áreas regulatória, financeira e tecnológica.
“O Brasil tem um potencial significativo para o desenvolvimento de tecnologia de CCS. Com a participação nessa iniciativa temos a oportunidade de ter um desempenho ainda mais expressivo, com a elaboração de novos projetos de impacto. Temos muito a contribuir com o mundo. Um dos exemplos são os projetos da indústria de etanol com potencial para emissões negativas, fundamentais para as metas climáticas no planeta, e que também podem trazer grandes colaborações internacionais”, afirma ela.
Nathalia lembra que essa é a segunda iniciativa de impacto internacional em relação ao CCS nesse ano. Em junho, Brasil e Noruega assinaram um memorando de entendimento para o fomento de parcerias internacionais e negócios, desenvolvimento de projetos, soluções inovadoras, pesquisa e formas de financiamento para a captura e o armazenamento de carbono (CCS). Segundo a engenheira, essas iniciativas visam expandir o compartilhamento de ideias e permite que o Brasil possa adaptar experiências positivas que outros países já passaram.
“Podemos contar com essas lições aprendidas para acelerar nosso desenvolvimento de um processo que garanta segurança e o sucesso do desenvolvimento de projetos de CCS no Brasil. Podemos nos inspirar, trocar conhecimentos e experiências e também compartilhar nossos projetos para que esse segmento possa se desenvolver ainda mais”, completa.
Por fim, a cofundadora da CCS Brasil ainda destaca que o Brasil teve aprovado em 08 de outubro o projeto de lei nº 528/2020 (PL Combustível do Futuro), que fornece as bases e estabelece o primeiro marco regulatório de CCS no Brasil. Para Nathalia, o momento é excelente para a ampliação da cooperação internacional.
Fonte: Tree Comunicação