O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) subiu em 20 dos 29 setores da indústria em agosto, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Com isso, 23 segmentos industriais cruzaram a linha dos 50 pontos, que separa a confiança da falta dela. O avanço é registrado em pequenas, médias e grandes empresas em todas as regiões do país. De acordo com a pesquisa, agosto é o melhor mês para a confiança da indústria desde outubro de 2022. A economista da CNI Larissa Nocko explica os possíveis fatores que contribuem com o avanço.
“Essa alta, bastante disseminada da confiança, pode ser atribuída a fatores. Particularmente no mês de agosto houve o primeiro corte da taxa básica de juros, mas além disso também outros fatores, como a continuidade do crescimento do varejo, do setor de serviços e o mercado de trabalho formal se mantendo aquecido também pode estar contribuindo para essa alta da confiança”, argumenta.
No início de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por 5 votos a 4, reduzir os juros básicos para 13,25% ao ano — redução de 0,5 ponto percentual. De acordo com o Banco Central, “essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau menor, o de 2025. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.”
Avanços no Legislativo
O deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS) é membro da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara. Para ele, além da redução da taxa de juros, a pauta econômica em discussão no Congresso também contribui para o aumento da confiança do setor industrial. O parlamentar defende redução de impostos, incentivos e maior disponibilidade de crédito para estimular a retomada da indústria.
“O arcabouço fiscal que está concluído é um ponto positivo que bota confiança no empresário e confiança no setor. O empresário passa a ter confiança e o setor se levanta. A reforma fiscal tem um olhar bem generoso para a indústria, pela primeira vez. E a taxa de juros com o juros que está ninguém sobrevive e não é o que reduziu, porque reduziu muito pouco, é a perspectiva do que pode reduzir, é isso que pode alimentar mais esperança”, afirma.
O novo arcabouço fiscal — regime que substitui o teto de gastos públicos — foi aprovado no Congresso e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O texto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) da última quinta-feira (31). Já a reforma tributária segue em debate no Legislativo. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou, na última sexta-feira (1º), que o texto deve ser aprovado na Casa no decorrer de outubro.
Fonte: Brasil 61