Reportagem: Thâmara Malfatti
O Museu do Café de Santos – SP. terá em cartaz, até 12 de maio de 2024, a exposição Campoamor, de autoria de Raquel Fayad e curadoria de Andrés I. M. Hernández. A mostra temporária traz obras que se utilizam de elementos da memória e experiências vividas pela artista, protagonizando o café como linguagem condutora e conexão para diferentes narrativas.
São 47 obras, entre elas as séries Baronesas, 2019 e Hora do café, 2019, que materializam encantos dos encontros afetivos. A construção dessas narrativas faz uma referência sociocultural ao café, criando potentes manifestos visuais que provocam discussões sobre realidades cronológicas do convívio humano, como a tradição dos costumes sociais no café.
Em Apagamentos, 2019, a apropriação de imagens é contraposta pelo tempo no suporte e nas intervenções, remetendo ao progresso industrial e acentuando os campos de relacionamentos afetivos nas aproximações referenciais que provoca. Já Majestosas, 2019 e Baronesas, 2019 carregam, nas suas sonoridades, a permanência do tempo, do espaço e da memória.
As instaurações Campoamor, 2017/2024 e Toccata e Fuga, 2024 propõem experimentações em que o público entrará em contato com os grãos de café. Toccata tem uma força inerente à inserção do som, provocada pelo movimento com o rastelo, do moedor de café, e pela movimentação da artista e dos espectadores – de acordo com a artista, é um convite ao encontro com nós mesmos, com o nosso som interior.
Por sua vez, a videoinstalação Chama, 2017 traz referências dos processos até a torra do café com as combinações características dos quatro elementos da natureza (fogo, terra, água e ar) e dos estados físicos da matéria (sólido, líquido e gasoso). As abordagens de gênero e raça na formação cultural da identidade brasileira são retratadas nas obras das séries Peles, 2019 e Terra e sangue, 2019.
Para Fayad, Campoamor “traz um pouquinho das sensações e percepções desse fruto tão precioso, conduzindo o visitante pelo caminho do café do grão à bebida por meio de sensações, como toque, audição do roçar e aroma, ao mesmo tempo que provoco reflexões sobre a vida e minha percepção do mundo externo e sobre esse grão, que é alimento do corpo, da alma e da minha produção artística”.
Segundo o curador, “igualmente relevantes são os diálogos que Fayad prioriza entre as obras de arte e as particularidades históricas e estruturais dos espaços arquitetônicos onde o projeto artístico é apresentado”.
Exposição Campoamor aberta até 12 de maio de 2024.
Local: Museu do Café Rua XV de Novembro, 95 – Centro Histórico – Santos/SP
Telefone: (13) 3213-1750
Funcionamento: de terça a sábado, das 9h às 18h, e domingo, das 10h às 18h (fechamento da bilheteria às 17h)
R$ 16 e meia-entrada para estudantes e pessoas acima de 60 anos | Grátis aos sábados e, todos os dias, para as crianças até 7 anos
Acessibilidade no local – Sem estacionamento
www.museudocafe.org.br
Fonte: Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo