Professora especialista em redação do ENEM dá dicas para a reta final

Reportagem: Luciana Debom

O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) acontece nos dias 05 e 12 de novembro de 2023. Com menos de um mês para a prova que reúne 3,9 milhões de inscritos, a professora Milla Borges reuniu dicas valiosas para os estudantes escreverem a tão importante redação.

Com oito anos de experiência na orientação de redações para vestibulares, elaborou uma abordagem educacional própria, visando promover a escrita autoral e o pensamento crítico entre seus alunos. Uma crítica veemente aos “modelos prontos”, a especialista em Língua Portuguesa ressalta que o cenário atual do ensino da redação é dominado por uma estrutura inflexível, na qual os alunos são compelidos a memorizar e encaixar o tema proposto em um único parágrafo.

“Nós já vivemos nesse momento em que as respostas são muito prontas. Integramos a geração Google: tudo muito mastigado. Frequentemente, a sociedade subestima as capacidades dos estudantes. Algumas pessoas exigem que esses jovens decorem um formato de texto, afirmam que ele serve para tudo, mas, no dia da prova, o que acontece é que o tema não se encaixa nesse formato, ou, ainda, devido ao nervosismo, o estudante esquece uma parte do que memorizou e isso prejudica todo o seu desempenho”, explica.

Seu método se pauta em dar ferramentas para que o aluno consiga seguir uma linha lógica de raciocínio capaz de levá-lo a questionar e a compreender os problemas da nossa sociedade, afinal, são esses que o ENEM apresentará aos vestibulandos como um tema: “E é isso que empodera o aluno de fato. Por isso que o meu aluno chega no dia da prova sem ter medo do que vai ser proposto a ele”.

Para esse objetivo, a professora de redação separou cinco perguntas que o estudante deve se fazer, articulando o argumento e o tema. São elas: “Por que isso é um problema?”, “Quem é que sofre com esse problema?”, “Quais são as suas raízes?” “Quais são os seus impactos para a sociedade?” e “O que impede hoje que esse problema seja resolvido?”. A partir desses questionamentos, o estudante consegue analisar o problema proposto na prova sob uma perspectiva que lhe permite compreender melhor o funcionamento da sociedade, além de acumular argumentos substanciais para debater e responder a essas questões.

Para a reta final, Milla enfatiza a importância de uma preparação alinhada aos eixos temáticos, uma vez que os temas da redação são derivados desses eixos.

Eixo temático: Saúde

Tema: Desafios para a garantia de acesso à saúde bucal dos brasileiros.

Tema: Os desafios da vacinação no Brasil

Eixo temático: Educação

Tema: Desafios para combater a escalada da violência escolar no Brasil.

Tema: A alimentação escolar em questão no Brasil

Eixo temático: Tecnologia

Tema: Os dilemas da popularização da inteligência artificial no Brasil e no mundo.

Tema: A influência das mídias sociais no comportamento do brasileiro.

Eixo temático: Meio ambiente

Tema: Valorização da fauna nacional: desafios para a preservação das espécies ameaçadas de extinção no Brasil

Tema: A importância social e ambiental do turismo no Brasil.

Eixo temático: Grupos vulneráveis

Tema: Desafios para combater o abuso e a exploração e sexual infantil no território brasileiro

Tema: Impactos do etarismo na sociedade brasileira.

Eixo temático: Arte e Cultura

Tema: Desafios para a valorização das artes populares e periféricas no Brasil

Tema: Caminhos para erradicar o preconceito no cenário esportivo do Brasil e do mundo.

Eixo temático: Direitos e cidadania

Tema: Desafios para a garantia do direito à moradia digna no Brasil

Tema: Pirataria em discussão no Brasil: desafios para a garantia dos direitos autorais

Eixo temático: Questões trabalhistas e econômicas

Tema: A oferta de educação financeira nas escolas em discussão no Brasil

Tema: Desafios para a inserção do jovem brasileiro no mercado de trabalho

O grande benefício desse método reside na confiança que o estudante adquire ao encarar o dia da prova, ciente de que possui uma metodologia que lhe permite pensar de maneira autônoma e crítica sobre qualquer tópico. Isso proporciona segurança ao aluno, pois ele sabe que dispõe das ferramentas necessárias para formular argumentos sólidos: “O aluno não deve ficar ansioso e desesperado para acertar o tema, o importante é que ele tenha segurança, autonomia e criticidade para escrever sobre qualquer assunto”, finaliza Milla.

Fonte: Press Company Assessoria

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