Pesquisa realizada pela consultoria GlobeScan mostra que 81% dos brasileiros estão muito preocupados com a escassez de água potável. O percentual é bem acima da média mundial de 58%. O estudo foi conduzido com 30 mil pessoas em 17 países, em parceria com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF).
Segundo o estudo, a preocupação tem motivo: apenas 15% dos entrevistados no Brasil declaram não serem afetados pela falta de água potável e 40% informaram já terem sido prejudicados por secas. Um percentual ainda maior está muito preocupado com a poluição dos rios: 84% dos entrevistados.
Enquanto apenas 5% disseram não serem afetados pelas mudanças do clima, 68% disseram ter sido afetados pela alta do preço dos alimentos causada pelo clima.
O levantamento ainda mostra que a preocupação com a escassez de água potável aumentou nos últimos anos em todo o mundo, passando de 49%, em 2014, para 61%, em 2022, entre os 17 países rastreados de forma consistente.
Aumentou também a preocupação global com as mudanças climáticas (45% em 2014 para 65% em 2022). Segundo o estudo, a mudança climática está fortemente ligada à escassez de água: no total da amostra, de cada dez pessoas que se declararam pessoalmente afetadas pelas mudanças climáticas, quase quatro disseram que experimentaram a seca.
Proteção dos recursos hídricos
Com objetivo de gerenciar as águas do Brasil, principalmente as bacias hídricas, está tramitando no Congresso Nacional o PL 4546/2021. O projeto é considerado o novo marco legal da água no país.
O projeto de lei tem como escopo a criação da Política Nacional de Infraestrutura Hídrica (PNIH), que vai definir os padrões de referência de consumo para os diversos setores da economia e usuários, além de máquinas e equipamentos, à semelhança do que acontece no setor elétrico. A proposta tem o poder de provocar mudanças no atual marco da água, a lei n. 9.433/97, e na lei que criou a Agência Nacional de Água e Saneamento Básico (ANA).
De acordo com o governo, que enviou o projeto, a proposta favorece o gerenciamento eficiente da água no Brasil, principalmente em bacias críticas. Também amplia a participação da iniciativa privada no financiamento e exploração das infraestruturas hídricas, como barragens e canais de água para usos múltiplos.
Fonte: Brasil 61