Dentre as especificidades necessárias está a adaptação dos consultórios, que precisam ser acessíveis, assim como o uso da técnica “Dizer/Mostrar/Fazer” (método que consiste em mostrar, antecipadamente, o que será feito no procedimento odontológico), utilizada para atendimentos a pacientes com Autismo, por exemplo.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurou que, em 2019, 8,4% da população brasileira acima de 2 anos (17,3 milhões de pessoas) tinham algum tipo de deficiência. Além disso, a pesquisa apresentou também que 24,8% da população idosa (8,5 milhões de pessoas) desenvolveram algum tipo de deficiência.
A Odontologia para Paciente com Necessidades Especiais (OPNE), reconhecida oficialmente como especialidade em 2002, busca cada vez mais avançar as técnicas de atendimentos odontológicos, visando garantir melhores acolhimentos a esses pacientes.
É importante que o Cirurgião-Dentista estabeleça uma relação de proximidade e confiança com esse paciente, pois, apesar de os atendimentos odontológicos serem, a princípio, os mesmos para todos, os realizados para o grupo PNE tem que contar com alguns protocolos que são efetivos e fazem diferença na hora da consulta.
Para a Cirurgiã-Dentista Dra. Stella Maris Badino Abani Krahembuhl, especialista em Odontologia para PNE e secretária da Câmara Técnica de Odontologia para Pacientes Com Necessidades Especiais (OPNE) do CROSP, é preciso estar atento a algumas particularidades no atendimento a esses pacientes. “A importância neste tipo de atenção aos indivíduos com necessidades especiais e/ou pessoas com deficiência consiste na maior complexidade que estas iniciativas de Atenção à Saúde envolvem, em que integram ações especializadas compartilhadas e pertinentes à Odontologia, Medicina, Fonoaudiologia, Psicologia e dentro das Terapias Ocupacional, Educativas e Sociais. Conforme é previsto pelas atuais Políticas Públicas em Saúde vigentes”.
É importante ressaltar que o envolvimento direto dos membros da equipe odontológica e multidisciplinar com o paciente será fundamental nesses atendimentos.
Para os atendimentos aos PNEs é importante observar as próprias particularidades clínicas orais e sistêmicas de cada paciente, também o histórico médico, passado e pregresso na consulta inicial e anamnese.
A especialista complementa ainda que a atitude psicocomportamental associada ao tipo e grau da deficiência do paciente pode interferir diretamente no diagnóstico e plano de desenvolvimento do tratamento, desde a avaliação de risco e da queixa principal até a edificação e construção deste cuidado e atenção, assim como, também, deverá contar com o compartilhamento das informações e orientações provenientes dos familiares e/ou cuidadores, em relação à comunicação.
“Certamente que o reconhecimento da Especialidade em OPNE pelo CFO, conforme CIF – (Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde) da ONU em 2001, significou crescimento, avanço e desenvolvimento científico-tecnológico agregados à Inclusão humanizada do grupo de indivíduos PNE/PcD nas terapias pertinentes ao exercício de uma Odontologia especializada e de complexidade, integrando e interagindo o Cirurgião-Dentista Especialista à Equipes multidisciplinares de outras Áreas da Saúde” Disse Dra. Stella Maris
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