A Polícia Federal deflagrou no início do mês agosto, a Operação DÓLOS, nas cidades de Rifaina/SP e Franca/SP, para combate aos crimes de abuso sexual infantil, previstos nos art. 217-A ou 218-C do CP, art. 240 do ECA c/c art. 69 do CP.
O investigado foi preso e atuava por meio das modalidades conhecidas como “grooming” e “sextortion”, palavras de origem inglesa, sendo a primeira utilizada para definir o aliciamento de menores através da internet, com a finalidade de se buscar benefícios sexuais e a segunda, referente à extorsão sexual decorrente da posse dos materiais de abuso sexual, obtidos através do “grooming” e, posteriormente, utilizada para submeter às vítimas a contínuos abusos.
O investigado, nos anos de 2017 a 2019, abordava suas vítimas, todas menores e com idade de 8 a 16, através perfis falsos de aplicativos de conversas de redes sociais se passando por agente de modelos e, no decorrer da conversa, solicitava fotos das crianças nuas e em cenas de sexo. No total foram identificados 11 perfis falsos e 24 vítimas.
Nas conversas estabelecidas, o investigado adentrava no universo imaginário infantojuvenil com falsas promessas de futuros trabalhos com seus ídolos e que era normal o envio de fotos de conteúdo sexual para conseguir o trabalho.
Após o primeiro contato e a ilusão de estarem sendo contratadas para trabalhar de modelos e com seus ídolos, em dado momento a criança começava a questionar a necessidade de mais fotos e quando iniciaria o trabalho.
Nesse contexto, quando a criança começava a resistir ao assédio e se negava a enviar mais material de natureza sexual, o investigado, já de posse de arquivos de imagens e vídeos enviados pelas crianças em situações de natureza sexual anteriormente recebidas, coagia e forçava as crianças a continuarem a fornecer imagens sexuais, sob ameaças de divulgar na internet ou enviar aos seus pais.
Diante dos fatos, foi representado e deferido pelo Juízo da 2ª Vara Criminal de Franca/SP a concessão de medidas de busca e apreensão e prisão temporária.
O investigado irá responder pelos crimes de estupro virtual de vulnerável em 17 ocasiões, divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável em 3 ocasiões e produzir, dirigir cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente em 12 ocasiões.
As penas totais dos crimes variam de 187 a 302 anos de prisão.
O nome da operação, DÓLOS tem significado na mitologia grega Dolo ou Dólos, que personificava o ardil, a fraude, o engano, a astúcia, as malícias, as artimanhas e as más ações.
Fonte: Polícia Federal – Ribeirão Preto/SP